Acolhimento

De acordo com Chafi Abduch, em seu texto "Grupos operativos com adolescentes", ao comentar o trabalho do médico Enrique Pichon-Rivière: "...aprender, sob a ótica pichoneana, tem o sentido da mudança. Toda a situação de mudança mobiliza os medos básicos de perda e ataque, que estão a serviço da resistência ao novo." (ABDUCH, Chafi - 1999).

Para mim, esta observação não poderia ser mais pertinente, já que foi com enorme resistência que iniciei o curso "Módulo de Acolhimento". Resistência, principalmente, ao trabalho em grupo e à própria dinâmica grupal - a qual pressupõe, necessariamente, interação e compartilhamento de "necessidades".

Acredito que, apesar de não ser a condição da maioria dos alunos que hoje busca um curso de graduação na modalidade de EaD, o estudante, principalmente o adolescente, sofre uma ruptura significativa no processo de transição "ensino médio - graduação". Estes alunos chegam ao ensino superior sem um "acolhimento" adequado, que permita uma inserção efetiva e, consequentemente, uma otimização do aproveitamento em relação ao curso que irão seguir.

O "Módulo de Acolhimento", da forma como está estruturado - dividido em fases, em "momentos" - favorece, não somente o processo de assimilação e aprendizado - ao trabalhar com ferramentas como "gestão de tempo" e "técnicas de estudo" (fundamentais tanto no ensino presencial, quanto em EaD) como, o processo integração/interação, ao fomentar - em todos os momentos do curso - a importância do trabalho cooperativo e participativo na busca do desenvolvimento pessoal e coletivo. O curso permite que o estudante assimile, ainda que de forma gradual, as mudanças dos paradigmas que envolvem o processo de educação à distância, principalmente quanto à necessidade de adoção de uma postura "pró-ativa", já que o aluno é o "sujeito principal" da ação. Todas as atividades propostas - aí incluídos os textos indicados e sugeridos para leitura - cumprem, de forma bastante satisfatória, o papel a que se propõe.

Retorno ao segundo parágrafo deste texto para concluir, ressaltando que valeu a pena enfrentar os meus medos e chegar até aqui, realidade que, sem dúvida, seria muito mais difícil sem o suporte do "Módulo de Acolhimento".

(ABDUCH, Chafi - "Grupos operativos com adolescentes". In BRASIL. Ministério da Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. V.1. (agosto/99) Brasília: Cadernos Juventude, Saúde e Desenvolvimento, 1999, p.303. Disponível em: http://www3.bireme.br/bvs/adolesc/P/cadernos/capitulo/cap28.htm. Acessado em 10 jun. 2007.)